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ASPIRAÇÃO FOLICULAR

A aspiração folicular guiada por ultrassom é uma técnica utilizada para recuperação de oócitos imaturos de doadoras vivas, sendo que através de uma seringa com agulha também é possível fazer aspiração folicular de ovários de fêmeas abatidas em frigorífico ou que tenham vindo a óbito por algum motivo. Quando usada em conjunto com a produção in vitro de embriões, pode gerar grande número de embriões de qualidade superior por doadora/ano para uso em programas de melhoramento genético.

Essa técnica de aspiração é vital para o início da produção in vitro de embriões em diversas espécies, sendo mais utilizado na espécie bovina. A aspiração folicular em bovinos suprimiu a técnica de superovulação (SOV) utilizado na MOET (Multiple Ovulation Embryo Transfer Technology), seguida de colheita dos embriões por lavagem uterina, a SOV foi reduzida consideravelmente. A SOV, requer uma hormonioterapia grande que limita a vida útil da fêmea e não dá uma quantidade de coletas considerável no período de um ano, devido os limites que temos que respeitar do organismo dessa fêmea superovulada. Problemas como cisto folicular e infertilidade após inúmeras colheitas de embrião por essa técnica são bastante frequentes, desta forma a Aspiração folicular, não requer nenhuma hormonioterapia, vem respeitar mais a fisiologia da fêmea doadora, aumentado o número de colheitas de oócitos, maior produção de embriões por ano e aumento da vida útil dessa doadora no programa de produção de embriões.

A aspiração folicular veio viabilizar a técnica de produção de embriões in vitro, de forma prática, sendo possível aspirar as fêmeas bovinas, assim como de outras espécies. No bovino é possível aspirar toda semana a mesma fêmea, porém para evitar traumas maiores, é melhor fazer as aspirações uma vez por mês. A aspiração folicular também chamada popularmente de OPU (Ovum pick up) deve ser bem conduzida por um experiente técnico, evitando problemas nos ovários das fêmeas aspiradas. Os ovários dos bovinos têm um poder de regeneração muito rápido, porém com consecutivas aspirações podem aparecer cicatrizes que venham fazer a diminuição da área produtora de folículos, a região cortical dos ovários, daí a importância da manipulação correta dos ovários nessa área, para que a agulha não penetre profundamente na medula ovariana, onde se encontram os vasos sanguíneos. Sabemos que os ovários dos bovinos contêm a na sua região mais superficial, chamado de córtex ovariano, o sítio dos folículos que são aspirados; já na região interna do ovário, medular, estão as veias e artérias ovariana. Essa anatomia no equino é inversa, na região medular se encontram os folículos em desenvolvimento que caminham para uma única zona de ovulação, chamada fossa ovulatória, na região cortical do ovário da égua temos os vasos ovarianos. No equino a aspiração folicular tem como objetivo, também captar os oócitos dos folículos, porém ao contrário da aspiração folicular em bovinos, onde somente se aspiram os folículos, no equino além de aspirar, o folículo tem que ser lavado para que o oócito da égua se desprenda da teca folicular, é uma técnica um pouco mais laboriosa do que no bovino, a aspiração folicular em éguas se assemelha a aspiração feita em mulheres. Lembrando que na égua, seus oócitos são destinados para a técnica de ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozóides), não se faz FIV (fertilização in vitro) no equino. Os pequenos ruminates: ovinos e caprinos, também se faz aspiração folicular, porém através de vídeo laparoscopia, sendo assim, o acesso viabilizado para a técnica de PIV (produção de embriões in vitro), sendo a FIV (fertilização in vitro) uma das etapas do processo. Tanto na égua como na vaca a aspiração é via intravaginal, onde no fórnix, conhecido como fundo de saco, uma guia com o transdutor microconvexo do ultrassom em 5,0 mHz é introduzido e pela imagem o técnico consegue observar o posicionamento dos folículos para efetuar a aspiração. Um equipamento a vácuo é ligado por mangueiras ao tubo de colheita que pode se localizar no bolso do técnico, uma pressão entre 70-100 mmHg é utilizada, conforme a necessidade do técnico, lembrando sempre que a pressão aumentada leva ao desnudamento dos oócitos. A agulha acoplada ao mandril, de diâmetro entre 18 a 21 G, também pode interferir no desnudamento e no trauma ovariano. A manipulação deve ser cuidadosa e responsável.

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